Moradores se arriscam ao atravessar a Ferrovia dos Carajás, no Maranhão Moradores da região reclamam da falta de passarelas. Doze pessoas já morreram e 15 ficaram feridas.


m ano e dois meses teve um braço amputado. A mãe sofreu ferimentos nas pernas e perdeu dois dedos de uma das mãos. Ediana foi cruzar a Estrada de Ferro Carajás com o filho nos braços, passando por baixo de um trem que estava parado em Alto Alegre do Pindaré, no centro-sul do Maranhão. De repente, o trem começou a se movimentar. Mãe e filho ficaram presos entre os trilhos, embaixo de um comboio com 330 vagões carregados de minério de ferro.
A Estrada de Ferro Carajás tem 900 quilômetros. É por onde passa o minério de ferro extraído na Amazônia brasileira para o mercado internacional. Em toda a ferrovia, há dez passarelas e 14 viadutos. Parado, o trem forma uma barreira de até 3,5km no caminho dos pedestres. E quem precisa cruzar a ferrovia reclama do perigo.
Um relatório da Agência Nacional de Transportes Terrestres mostra que, de janeiro de 2015 a abril de 2017, 12 pessoas morreram depois de serem atropeladas na ferrovia Carajás; 15 ficaram feridas.

A cruz fincada na Estrada de Ferro Carajás eterniza uma tragédia. Uma dor profunda. A pior dor que um pai pode sentir. Foi isso que o lavrador Evangelista Alves da Silva viveu. Otávio, de 1 ano e 3 meses, saiu engatinhando sem que ninguém visse, e foi cruzar a ferrovia que passa a poucos metros de casa.

"Estamos construindo 47 novos viadutos para justamente melhorar as condições de acessibilidade dessas comunidades. Mas isso por si só não é suficiente, e por isso que a gente também acredita e vem investindo, em ações de conscientizações da comunidade, deixando claro os cuidados que eles precisam pra uma convivência segura com a ferrovia”, explica o gerente de Segurança da Estrada de Ferro Carajás, Gustavo Bastos.

Informações: G!