Os
dados são do 12º Anuário de Segurança Pública divulgados em São Paulo
nesta quinta-feira, com relação ao biênio 2016/2017; a taxa de mortes
violentas por 100 mil habitantes fixou em 43,2, acima da nacional que
foi 34,0
Ismael Araújo11/08/2018
Arma de fogo é o instrumento mais usado na pratica de homicídios na Região Metropolitana de São Luís (Divulgação)
Arma de fogo é o instrumento mais usado na pratica de homicídios na Região Metropolitana de São Luís (Divulgação)
SÃO
LUÍS - No biênio 2016/2017, 1.032 pessoas foram assassinadas a tiros ou
por arma branca na Região Metropolitana de São Luís. Os dados são do
12º Anuário de Segurança Pública, divulgado na quinta-feira, 9, durante o
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em São Paulo. Somente no ano
passado foram 472 casos de Mortes Violentas Intencionais (MVI), que
corresponde a homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguido de
morte, incluindo mortes de policiais civis e militares de plantão ou
fora de serviço. Nesse ano, a taxa de mortes violentas por 100 mil
habitantes ficou 43,2, acima da taxa nacional, que ficou em 34,0.
Em
novembro do ano passado, foi o mês, segundo a polícia, com maior número
de mortes ocasionadas por guerras entre integrantes de facções
criminosas na Ilha. Nesse período, houve o registro de 77 mortes
violentas, considerado como um dos mais violentos do ano. Entre esses
casos, estão 13 assassinatos de menores de idade, a maioria vítimas de
balas perdidas, resultado de confronto entre “faccionados”.
Os
dois últimos homicídios dolosos desse mês foi registrado no dia 30, e
as vítimas, segundo a polícia, eram integrantes de facções,
identificadas como Anderson Pinheiro Jansen, de 26 anos, e Elielton dos
Santos Oliveira, de 22 anos. Os corpos, com marcas de tiros e com as
mãos amarradas com fio de nylon, foram localizados em uma área de
matagal, na Vila Conceição, área do Calhau.
Segundo
os peritos do Instituto de Criminalística (Icrim), um dos corpos mais
de 10 marcas de tiros, e no outro, um total de oito perfurações. Esse
caso ainda está sob investigação da Superintendência Estadual de
Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), que até agora não conseguiu
identificar os criminosos.
Números altos
Os
casos de MVI continuaram altos este ano. Um levantamento feito por O
Estado, com base no site da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e
informações do Instituto Médico Legal (IML) constatou que na Região
Metropolitana de São Luís no primeiro semestre deste ano, uma pessoa foi
assassinada a cada 20 horas. Nesse período, ocorreram 218 óbitos
causado por arma de fogo ou golpes de arma branca.
Somente
nos dias 29 e 30 de junho foram registradas sete mortes violentas na
Ilha. Até o dia 27 desse mês, desconsiderando as ocorrências do feriado
de São Pedro, foram registrados 36 mortes violentas. Destes, 32 foram
homicídios dolosos. Houve, também, um caso de latrocínio, o roubo
seguido de morte. Outras três pessoas foram vítimas de confrontos com a
polícia, além de constar, ainda, uma morte a ser esclarecida. De acordo
com a polícia, trata-se de uma criança de apenas nove anos.
O
mês de janeiro, até o momento, é o mais violento, com 44 ocorrências,
sendo 39 homicídios dolosos, dois latrocínios, uma morte em unidade
prisional do estado, duas em confronto com a polícia, e dois casos de
mortes não esclarecidas.
Em fevereiro,
ocorreram 30 mortes violentas; março com 25; abril com 33 e maio, 43. Em
julho foram apenas 15 casos, segundo dados da SSP.
Arma de fogo
Cinco
pessoas já foram assassinadas este mês por arma de fogo na Região
Metropolitana de São Luís, e apenas um caso ocasionado por arma branca.
Ainda de acordo com as informações da polícia, Mayckel Alexandre Santos,
de 44 anos, foi morto a golpes de faca por um homem não identificado na
tarde do último dia 7, no bairro Areinha.
A
polícia garante que a maioria dos homicídios por arma de fogo têm
participação de integrantes de facções criminosas, como foi o caso de
José Adailton de Sousa Pindoba, cujo corpo foi achado na quarta-feira,
8, em estado de putrefação em uma área de matagal, na comunidade Mãe
Chica, da Vila Maranhão.
Segundo a polícia,
José Pindoba teria ameaçado de morte, por meio das redes sociais,
integrantes de uma facção rival. Ele foi sequestrado por um grupo que
estava em um Corsa Classic, no bairro da Vila Nova, e uma semana depois
foi encontrado morto. O caso está sendo investigado Superintendência
Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), que até na tarde
desta sexta-feira não havia registro de identificação dos criminosos.
Número
1.032
é
o número de pessoas foram assassinadas a tiros ou por arma branca no
biênio 2016 a 2017 na Região Metropolitana de São Luís, segundo os dados
do 12º Anuário de Segurança Pública
Entenda
Mortes violentas este ano na Ilha
Janeiro: 44 casos
Fevereiro: 30 casos
Abril: 25 casos
Maio: 43 casos
Junho: 43 casos
Julho: 15 casos
Agosto: 6 casos (de 1º ao dia 9)
Fonte:imirante